Reunião realizada hoje no Palácio dos Bandeirantes para definir a renovação do contrato do GP Brasil com a F-1, não apresentou nenhuma definição

AMAURI YAMAZAKI – Palácio dos Bandeirantes – São Paulo/SP

O governador de São Paulo João Dória Jr e o prefeito da capital Bruno Covas, haviam programado uma entrevista coletiva com o CEO da F-1 Chase Carey, para esta segunda-feira (24), para tentar definir a renovação do contrato do GP Brasil que vence em 2020.

Porém, o governador e o prefeito foram surpreendidos com a alteração da data da reunião para hoje, terça-feira (25), e pela declaração do presidente Jair Bolsonaro e do governador do Rio do Janeiro Wilson Witzel, ao lado do CEO da F-1 Chase Carey, em Brasília, afirmando que o GP Brasil, a partir de 2021, seria realizado na cidade do Rio de Janeiro, com 99% de probabilidade.

Bolsonaro disse ainda que se o GP Brasil não fosse realizado no Rio de Janeiro, a Fórmula-1 sairia do país.

Na coletiva realizada hoje, no Palácio dos Bandeirantes em São Paulo, com todos os representantes envolvidos esperava-se uma definição por parte do executivo da F-1, a respeito de qual cidade terá o direito de organizar o GP Brasil, após o final do contrato com a prefeitura de São Paulo em 2020.

Porém, o que se viu foi uma indefinição por parte do executivo número 1 da categoria, que disse estar procurando um local para proporcionar a melhor experiência para o público, com atrações paralelas a corrida, assim como ocorre com o Super bow nos EUA.

Chamou a atenção na entrevista coletiva, um CEO da F-1 com aparência cabisbaixa, quase sempre olhando para baixo, e com dificuldade para explicar sua indefinição a respeito de qual cidade que irá realizar o GP Brasil de F-1, a partir de 2021, sendo que a cidade do Rio de Janeiro não tem autódromo.

Prefeito de São Paulo Bruno Covas acredita que o GP Brasil de F-1 vai continuar em São Paulo. Foto: Amauri Yamazaki

O que se especula é que os promotores do GP Brasil no Rio de Janeiro, teriam aceito uma taxa chamada de host fee, no valor de US$ 30 milhões/ano, a ser paga para a F-1, além de todas as despesas para a construção do autódromo e da infraestrutura necessária para a corrida.

De acordo com os jornalistas que frequentam o paddock da F-1, somente o GP de Mônaco e o GP Brasil de F-1 não pagariam esta taxa, que é variável, mas gira em torno de US$ 30 milhões a cada grande prêmio. Países como Abu Dhabi, Bahrein e Azerbaijão estariam pagando as maiores taxas (host fee) para a realização da prova.

Ao final da entrevista coletiva todos posaram para fotos, mas ficou definido que ao contrário do que disse o presidente Jair Bolsonaro, ainda não há uma definição de qual cidade irá realizar o GP Brasil, a partir de 2021.

O governador de São Paulo fez questão se salientar (mais uma vez), que gosta da cidade do Rio de Janeiro, que já morou no Rio, mas que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance (dentro da lei) para manter a prova na capital.

O local onde o autódromo do Rio de Janeiro pode ser construído está localizado na Floresta do Camboatá em uma área de 120 hectares, de propriedade do Exército.

Para a construção do autódromo será necessário derrubar mais de 30.000 árvores e desalojar os animais e o ecossistema que ali tem seu habitat.

Chase Carey disse que não há pressa para definir a cidade que irá realizar o GP Brasil, a partir de 2021, pois ele estaria focado em definir contratos que vencem este ano, como os GPs da Inglaterra, Espanha, Alemanha e México.

Tamas Rohonyi (esquerda) é o promotor do GP Brasil de F-1 há décadas. Chase Carey é o CEO da F-1 desde 2017, quando a Liberty Media comprou a categoria do grupo formado pelo inglês Bernie Ecclestone. Foto: Amauri Yamazaki
Ao final um aperto de mãos em conjunto mostrando união do grupo que quer manter o GP Brasil de F-1 em São Paulo. Foto: Amauri Yamazaki

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